Sunday, August 20, 2006

 

CARAVELAS QUEIMADAS: O tombo de Sérgio Cabral Filho (PMDB) na corrida pelo governo do Rio - de 42% para 36%, mal iniciado o horário eleitoral gratuito - é mais um sinal de que o quadro eleitoral fluminense não está fechado. Paradoxalmente, o senador sofreu perdas significativas no interior, onde é forte o padrinho de sua candidatura, ex-governador Anthony Garotinho, e na classe média, onde o horror a Garotinho é conhecido. O candidato pode estar começando a pagar por sua atitude dúbia em relação ao governo do Estado, dominado pelo casal Garotinho, e por seu estilo indefinido de campanha, no qual morde e assopra todo mundo e que pode levá-lo à solidão eleitoral. Talvez tenha chegado para o senador a hora da definição, exercício arriscado em política, que Cabral, sempre que pode, evita. Lembram de Miro Teixeira em 1982, quando tentou se desvencilhar da influência de Chagas Freitas e não conseguiu apoio da esquerda, abrindo caminho para o fenômeno Brizola? Pois é, algo parecido pode estar para acontecer no sempre surpreendente Rio de Janeiro. Uma queda mais acentuada de Cabral poderá abrir alas para a ascensão de outra candidatura, provavelmente pela esquerda e com base na classe média, espaço que o senador Marcelo Crivella (PRB), pelo perfil de sua candidatura, não conseguirá ocupar.

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